
Contrastes da belle époque:
     Foi cunhada por alguns estudiosos para definir o período correspondente   às últimas décadas do século XIX e às décadas iniciais do século XX.  Ela  ressalta a euforia existente naquele momento marcado pela crença no   avanço ininterrupto do progresso, graças ao incremento da produção   industrial e aos avanços tecnológicos; pela modernidade e supremacia   burguesa nas grandes cidades, pelo mundo elegante das exposições, das   artes e da moda cujo centro era Paris. 
Mas nem só de belezas vivia a sociedade   européia da virada do século XX. Agitações políticas promovidas pelo   nacionalismo sentimentos de revanchismo e rivalidades entre as nações   européias, disputas pela hegemonia mundial entre os países desenvolvidos   e uma acentuada corrida armamentista eram o reverso da moeda do   progresso. 
Outra   característica desse período foi o aumento do fosso entre ricos e pobres   
provocado pela   concentração de riquezas nas mãos das elites industriais, comerciais 
e financeiras. O operariado explorado e   descontente com seu trabalho nas fábricas e a superpopulação das cidades   revelavam uma das contradições do desenvolvimento tecnológico. 
Tensões   e disputas
Em 1871, com o   final da Guerra Franco-Prussiana, completou-se o processo de unificação   da Alemanha. O resultado desse último conflito causou grande humilhação   para os franceses, que perderam para os alemães o rico território da   Alsácia-Lorena e tiveram de ver os inimigos coroarem seu imperador no   Palácio de Versalhes.
 Com a unificação, a economia alemã
ganhou um grande impulso e passou a disputar   mercados internacionais com 
   outras potências européias, como a Inglaterra.Os dirigentes alemães   pressionavam   então,  por nova divisão das áreas sob domínio europeu na   Ásia e na África, capaz . de atender às ambições econômicas de seu   país. 
Os países 
buscavam conseguir aliados diante da 
possibilidade de um conflito armado   generalizado.  
Iniciou-se uma intensa corrida armamentista:   quando um dos blocos ampliava sua 
capacidade   bélica, o outro buscava equiparar-se. Daí esse período ser conhecido   como 
Paz Armada. 
Qualquer   acontecimento poderia colocar em risco essa paz e precipitar uma  guerra  
generalizada. E,   naquele momento, focos de tensão não faltavam à Europa. 
Conheça alguns deles: 
Questão   Marroquina: desde 1880, o Marrocos era disputado por diferentes nações  
européias. Sua  localização estratégica no  norte da África era considerada propícia 
ao comércio e negócios das potências   imperialistas. Em 1904, porém, França e 
Inglaterra assinaram um acordo. A França   daria aval para os ingleses dominarem 
o Egito e, em troca, obteria o apoio   britânico para o controle do Marrocos. Isso 
causou reações da Alemanha, interessada em   ampliar seus domínios na região. 
O   fracasso nas tentativas de acordo acirrou ainda mais o clima de   conflito. 
Questão Balcânica:   em 1908, o Império Austro-Húngaro anexou ao seu território as regiões   eslavas da Bósnia e da Herzegovina, nos Bálcãs. A Sérvia reagiu   prontamente, pois idealizava, sob sua liderança, unir os povos eslavos   da região. Os austro-húngaros contavam com o apoio da Alemanha, que   desejava construir uma ferrovia ligando Berlim a Bagdá, passando pela   Península Balcânica. Tal caminho levaria a presença alemã ao Golfo   Pérsico, região rica em petróleo cujo domínio é até hoje cobiçado pelas   grandes potências. 
O desenrolar do conflito   
A primeira fase recebeu o nome de guerra de   movimento, pois caracterizou-se pela movimentação das tropas. Os  alemães  ocuparam a Bélgica, nação neutra, para se aproveitar de sua   desguarnecida 
fronteira com a   França e, assim, poder invadir esse país. A Inglaterra tinha se   comprometido a garantir 
a neutralidade da   Bélgica e temia o predomínio alemão na Europa. Por isso, enviou um   ultimato para os invasores respeitarem a neutralidade belga. Como a   Alemanha não pretendia recuar, o pedido transformou-se em declaração de   guerra.  
O plano da Alemanha   consistia em concentrar suas forças militares para vencer a França em   pouco tempo e                          depois enfrentar a Rússia.  Assim,  uma poderosa força de choque transpôs a Bélgica e entrou  rapidamente em  território francês. Os alemães chegaram perto de Paris,  mas foram  detidos pelas tropas francesas, na Batalha do Marne. Com  isso, tiveram  de parar sua ofensiva para garantir os 
territórios conquistados. Eles cavaram   trincheiras em frente aos exércitos adversários, que fizeram o mesmo.   Terminava a guerra de movimento e iniciava-se a guerra de trincheiras. 
Nessa frente de guerra, chamada ocidental,   os exércitos disputavam cada pedaço de território sem avanços   significativos, mas com inúmeras mortes de ambos os lados. E outra   frente de guerra, chamada oriental, a situação era diferente: os alemães   obtinha vitórias sucessivas sobre os russos. 
Enquanto isso, as sucessivas derrotas do   Exército russo colaboraram para a eclosão da Revolução Socialista de   1917 na Rússia. O novo governo comunista decidiu retirar a Rússia da   guerra, em 1918. 
Para isso, fez um   acordo com a Alemanha e se comprometeu a ceder a esse país uma 
grande extensão de território. Já na frente   ocidental, os confrontos resultavam num continuado desgaste das tropas   alemãs .. 
No ano de 1918,   mesmo livre da frente oriental de guerra, frustravam-se as tentativas de   
ofensiva da   Alemanha na linha ocidental. A situação do país agravava-se mês a mês. 
No plano interno, ganhava força um movimento   popular contrário ao governo. Pressiona- 
do, Guilherme 11 teve de renunciar ao trono e   foi instaurada a República no país, com sede 
em Weimar. 
O novo governo alemão se rendeu ante as   derrotas, as dificuldades crescentes e a 
proposta de uma paz honrosa pelo presidente   norte-americano Woodrow Wilson (os 
chamados   14 pontos de Wilson). Em 11 de novembro de 1918 foi assinado armistico
de Compiégne, finalizando a Primeira Guerra   Mundial. 
14 Pontos de Wilson 
1) "acordos públicos, negociados   publicamente", ou seja a abolição da diplomacia secreta;
2) liberdade dos mares; 
3)   eliminação das barriras econômicas entre as nações;
4)   limitação dos armamentos nacionais "ao nível mínimo compatível com a   segurança"; 
5) ajuste imparcial das pretensões   coloniais, tendo em vista os interesses dos povos atingidos por elas; 
6) evacuação da Rússia;
7)   restauração da independência da Bélgica;
8)   restituição da Alsácia e da Lorena à França; 
9)   reajustamento das fronteiras italianas, "seguindo linhas divisórias de   nacionalidade claramente reconhecíveis"; 
10)   desenvolvimento autônomo dos povos da Áutria-Hungria; 
11)   restauração da Romênia, da Sérvia e do Montenegro, com acesso ao mar   para Sérvia;
12) desenvolvimento autônomo dos povos da   Turquia, sendo os estreitos que ligam o Mar Negro ao Mediterrâneo   "abertos permanentemente";
13) uma Polônia independente, "habitada por   populações indiscutivelmente polonesas" e com acesso para o mar; e 
14)   uma Liga das Nações, órgão internacional que evitaria novos conflitos   atuando como árbitro nas contendas entre os países.
1 comentários:
Perdi meu livro, encontrei tudo aqui :D Obrigada.
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